CAMUS e o simples complexo


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O livro narra a história de



















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Acho que nunca vou ter uma análise completa do que representa o livro, pois ele tem em si mesmo uma complexidade que me parece até utópica, como se assim que traçamos uma definição e estabelecemos quem o personagem é, este mostra mais uma face complexa de si, para nós, leitores. Calma, vou explicar! hehe

A maneira com a qual guia-se a história, as características do personagem, nunca definindo-o ou até limitando as razões de cada ação, nos fazem estigmatiza-las mas depois refutá-las, e redefini-las, e refutá-las de novo, isso porque não sabemos concretamente quem é e por que faz o que faz esse tal personagem Mersault. Acabamos por julgá-lo; que é o que acabamos fazendo as vezes quando não encontramos (ou não entendemos) a razão das coisas.

Dividido em duas partes, o livro conta em sua primeira, a história pessoal da vida do personagem e alguns episódios marcantes como a morte da mãe deste e sua relação com a cidade que vive, ambas com reações apáticas e passivas de Mersault, a segunda mostra o Mersault réu e condenado à morte - por atirar e matar um homem, numa praia, na mesma semana do falecimento de sua mãe - em face ao ódio e à exposição midiática do caso. 



Quem ler o livro vai ficar com o seguinte questionamento nesse momento: condenado por quem é, ou pelo que fez? 


Durante seu julgamento, o acusam de não ter chorado durante o velório, ter pedido café, não ter aceitado uma promoção no trabalho e saído com uma garota alguns dias depois da morte da mãe.

Apático, passivo diante de sua condição humana, dono de personalidade e caráter singulares ou sociopata?
Como, afinal, definir Mersault?
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Traços existencialistas ao longo dos traços do personagem são claros e serviram como objeto de pesquisa de VÁÁÁÁRIOS artigos e livros interessantíssimos sobre a triologia do absurdo produzida por Camus - este talvez por sua amizade com Sartre (que foi um dos principais filósofos e propulsores dessa corrente) e por ter se identificado com tais princípios deste amigo acaba tendo suas idéias relacionadas à corrente existencialista, mas o próprio Camus, mais tarde se afasta dela, por não compactuar pessoalmente com alguns dos princípios característicos de tal (mas isso dá muito pano pra manga e podemos falar em outro post completitcho sobre).
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A angústia no andar da história nasce do absurdo, da vida com falta de projetos, desprovida de sentido e/ou finalidade, afinal, a vida é uma busca contínua por sentido (não é?). Na reflexões de Mersault, após a condenação, Camus nos traz o seguinte questionamento: A vida vale ou não a pena?

É dentre essas dúvidas, vazio, inércia e até certo mistério, que nasce este romance filosófico; que na minha opinião, todos deveriam ler e refletir pelo menos uma vez na vida, inclusive, estou MEGA curiosa para ler o restante da trilogia do absurdo.

Esse é daqueles livros que você não esquece, que queremos ler de novo, afinal, nos perdemos dentro de uma alma.


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Comentários

  1. Antes mesmo de terminar de ler o post já senti vontade de começar a ler o livro. Parabéns pelo post brilhante, aguardo as próximas resenhas ! Abraço.

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